sábado, 21 de julho de 2012


MADRE TERESA DE CALCUTÁ: “O ANJO DA MORTE”


Quando o Vaticano quer “emplacar” um novo “santo” (?), o primeiro passo é transformá-lo em beato, e aí, após a constatação de “dois milagres” (?) dentro de uma vida piedosa, a “santificação” é decretada para gáudio de dois bilhões de tietes, que atualmente torcem por uma nova “paladina” da pobreza, ou a “santa das sarjetas”, a Madre Teresa de Calcutá e a teologia do sofrimento (vale a pena avaliar esse novo “conto do vigário”).

Pois bem, nascida Agnes Gonxha Bojaxhiu veio ao mundo em 26 de agosto de 1910, no seio duma família albanesa de três filhos, em Skopje, na Macedônia. Na infância frequentou uma escola não católica, todavia, aos 18 anos fez votos no Instituto Beatíssima Virgem Maria administrado pelas Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, na Irlanda, onde viveu por pouco tempo. A partir daí, e na condição de professora ao serviço dessa Congregação foi enviada a Índia, onde atuou no primeiro lar infantil ou “Sishi Bavan” (Casa da Esperança), fundada em 1952, e posteriormente juntou-se ao “Lar dos Moribundos” (Home for the Dying), em Kalighat. Nessas alturas enfrentou problemas de ordem religiosa, com grupos que professavam outra fé, e consequentemente, outra religião e cultura, mas, a sua proposta de trabalho foi aceita, num ambiente carente de qualquer coisa, onde a miséria era declinada em todos os tons ou matizes. Nessa fase ou início começou a receber donativos em abundância por parte de hindus, muçulmanos, budistas e outras crenças e filosofias que investiam na obra caritativa por si chefiada, e que dava amparo a crianças abandonadas, mulheres estupradas e grávidas, além do tratamento propiciado a aidéticos e leprosos. Em tese ou somente na teoria, a tarefa era exemplar, perfeita.

Após uma década de trabalho, ou mais precisamente em 1965, a “Santa” Sé aprovou a Congregação Missionárias da Caridade e, entre 1968 e 1989, estabeleceu a sua presença missionária em países como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos da América, Ceilão, hoje Sri Lanka, Itália, antiga União Soviética, China e mais outros países. Entretanto, via de regra, na trajetória do ser humano no planeta, a fama e o dinheiro sempre deixaram muito a desejar, e com a madre Teresa não foi diferente, uma vez que a mesma passou a mentir descaradamente, no que tange às atividades de sua Congregação, e quanto as reais dimensões de atendimento aos necessitados nas ruas de Calcutá. Era o início do “blefe”. Nos trabalhos de rotina, a Ordem “Missionários da Caridade” possuía várias ambulâncias, que podiam recolher miseráveis na via pública, mas, eram usadas prioritariamente no transporte das freiras aos locais de suas orações. O número de alimentados era superdimensionado pela própria madre Teresa, que afirmava dar comida de quatro a nove mil pessoas por dia, todavia, as cozinhas da Ordem forneciam comida para um máximo de 150 pessoas por dia (seis dias por semana) e todas tinham que ter o cartão-alimentação que era distribuído predominantemente para os pobres de religião católica (?). Na oportunidade torna-se de bom alvitre informar que estavam incluídas neste número divulgado ao mundo, as freiras, noviças e voluntários da Ordem.

Na cata as doações afirmava que sua escola numa favela de Calcutá atendia cinco mil crianças, quando o número verdadeiro era menos de cem. Também divulgava a existência de 102 Centros de Assistência Familiar em Calcutá, mas Aroup Chatterjee, antigo residente na cidade, após extensivo estudo e muita procura, não conseguiu achar nenhum deles. Dos mais de 500 milhões de dólares arrecadados, a maior parte foi desviada para os cofres do Vaticano, enquanto o resto serviu para a edificação de 500 conventos espalhados pelo mundo cristão e direcionados a formação de religiosos, mas nada desse montante foi aplicado na construção de um hospital decente. A Ordem de madre Teresa estava presente em 105 países, mas na maioria das vezes suas instalações eram usadas, unicamente, para treinamento de monges e freiras, e nunca para ajudar os pobres. Nos contatos com o público ela pregava que “o sofrimento era lindo porque evocava a agonia de Cristo, mas, quando doente procurava clinicas e hospitais caríssimos nos EUA, com tecnologia de ponta, e viajando pela Air Índia, em primeira classe”.

O “famoso hospital” (?) em Calcutá, através do qual ela ganhou vasto reconhecimento por todo o mundo era muito pequeno (80 leitos, apenas) e os cuidados médicos precários e insuficientes. Nos procedimentos cirúrgicos e ambulatoriais, agulhas e seringas eram reutilizadas, enquanto todos os pacientes eram obrigados a raspar a cabeça, na medida em que visitas eram proibidas e analgésicos raramente utilizados. As enfermeiras não falavam a língua dos moribundos e, geralmente, não estavam envolvidas no tratamento dos doentes, uma tarefa que era assumida por voluntários, exclusivamente. Madre Teresa aceitava dinheiro de “Baby Doc” Duvallier, um ditador do Haiti, que furtava do tesouro haitiano despudoradamente, e de fontes altamente suspeitas, como do notório escroque americano Charles Humphrey Keating, um católico fundamentalista que lhe doou mais de 250 mil dólares e lhe emprestava frequentemente seu jatinho particular. Naturalmente, ela admirava vários ditadores sul-americanos, e não escondia essa predileção.

Durante o julgamento de Keating escreveu ao juiz pedindo clemência para o criminoso, e que ele (o juiz) olhasse para seu coração e “fizesse o que Jesus faria”. Em resposta a algo tão estranho, o promotor escreveu a religiosa uma carta onde lhe falava das 17 mil pessoas de quem o réu roubou 252 milhões de dólares e lhe pedia o mesmo que ela pediu ao juiz. “Pergunte-se o que Jesus faria se lhe dessem o fruto de um crime. O que faria se estivesse com um dinheiro que havia sido roubado e que lhe havia sido dado, apenas para aplacar a consciência de um ladrão cristão”. Finalizando (o promotor) pediu-lhe então que devolvesse o dinheiro e se ofereceu a “colocá-la em contato com os verdadeiros donos da propriedade que agora estava em sua posse”. Sobre o assunto madre Teresa morreu “botija”, nunca respondeu a sua carta.

Ninguém sabe o que aconteceu aos milhões de dólares que madre Teresa recebeu, pois não há registros ou contabilidade sobre esse fato. Igualmente, não existem dados confiáveis de que ela tenha construído um único hospital, clínica ou orfanato que refletisse pelo menos, alguma condição sanitária saudável, moderna e decente. Os Missionários da Caridade é a única entidade filantrópica da Índia, mas, se recusa peremptoriamente a informar quanto dinheiro recebeu e quanto gastaram; em suma é tudo silêncio. Um dos voluntários de madre Teresa em Calcutá descreveu seu “Home for the Dying” como uma “reprodução” das fotos dos campos de concentração nazistas, totalmente desprovido de cadeiras, somente com camas de lona, com cinquenta ou sessenta doentes em um quarto, e praticamente sem nenhum cuidado médico. Segundo o jornalista inglês Christopher Hitchens, autor de vários trabalhos sobre o assunto, a religiosa era taxada de fanática, cristã fundamentalista e amante da pobreza, da miséria; nunca dos pobres. “Tenha em mente que o dinheiro que madre Teresa recebia de todo o mundo era mais do que o suficiente para construir diversas clínicas de primeiro mundo em Bengala. A decisão de não fazê-las é deliberada”. Seus “hospitais” eram, na realidade, depósitos de pobres seres humanos abandonados para lá morrerem (foram 29 mil “mortes” em 40 anos de funcionamento, conforme declarou a própria religiosa, em 1992, na Califórnia/EUA), sem alimentação adequada e em condições sanitárias deploráveis, paupérrimas, desumanas.

Durante o período em que sua Missão esteve em Calcutá, dezenas de inundações e surtos de cólera atingiram a cidade ou suas imediações, e várias agências de ajuda de todo o mundo atenderam aos pedidos de ajuda emitidos pela Ordem, mas, madre Teresa e suas freiras nunca estiveram por perto, exceto em uma única ocasião, com uma rápida aparição. Por ocasião duma conferência em Washington DC esta senhora (muita aplaudida por pessoas alienadas e distantes) teve a cara-de-pau de dizer que: “Eu penso que é lindo o pobre aceitar sua carga, dividi-la com a paixão de Cristo. Acho que o mundo está sendo muito ajudado pelo sofrimento dos pobres”. Isso chega a soar duro, estranho, maquiavélco para as pessoas sãs, mas, os Evangelhos estão eivados desses arroubos de falsidade, como submissão aos poderosos e apologia a pobreza, a miséria. Às vezes, o ser humano atinge a perfeição, na hipocrisia! 

Regularmente viajava pelo mundo recolhendo dinheiro e fazendo campanha contra o divórcio, o aborto e o controle da natalidade, e uma vez sugeriu que a AIDS era um castigo pela conduta sexual imprópria. Com o papa João Paulo II chegava a fazer “dobradinha” na divulgação do fanatismo. É completamente estranho como passou despercebido por todos, ou ninguém notou que uma celebridade mundial como madre Teresa passasse a maior parte do tempo longe de Calcutá, usufruindo de luxuosas acomodações em hotéis caríssimos e opulentas residências na Europa e nos Estados Unidos, e voando de Roma para Londres e Nova Iorque em jatinhos particulares.

Quiçá, em função do grave dilema travado consigo própria de aparentar para o mundo, o que na realidade não era, a madre Teresa de Calcutá entrou em descrédito (drama de consciência? Medo do inferno cristão?), não mais entendendo a misericórdia de um deus ausente, inacessível para quem necessita, e parceiro de monstruosidades através do decantado livre arbítrio. Nas cartas remetidas a amigos e familiares e enfeixadas no livro “Venha Ser Minha Luz”, do padre canadense Brian Kolodiejchuk, um ser humano cansado e totalmente descrente das maravilhas antecipadas e atravessadas por uma Igreja insensível e distante, não mais conseguido esconder as incertezas, desabafa dramaticamente perdida: "Pelo que é que trabalho? Se não há deus, não pode haver alma. Se não há alma, então Jesus, você também não é verdade". "Eu tenho apenas a alegria de não ter nada - nem a realidade da presença de deus". O desalento experimentado por essa mulher é um libelo de que o único deus que existe mora dentro da gente, o resto é parte de uma grande mentira. Deus sou eu, você ou cada um de nós, pois o resto...

A madre Teresa de Calcutá é um exemplo típico e notável da necessidade que o homem tem de endeusar pessoas que, pelo menos nas aparências, se destacam por sua caridade e desprendimento com os menos favorecidos. Porém nada disso se aplicava a madre Teresa, apenas um ícone conservador, aproveitador, que nunca proferiu uma palavra contra a injustiça social e mantinha uma relação amistosa e carinhosa com ricos, corruptos e poderosos. Numa ocasião, entre tantas outras ao negar um analgésico a um paciente que gritava de dor, disse-lhe cinicamente: “Você está sofrendo. Isto significa que Jesus está lhe beijando” e escutou do pobre coitado: “Então peça para esse seu Jesus parar de me beijar”! Quanta maldade meu deus!

Em política e religião tudo funciona dessa forma, onde o povo é induzido a aceitar e propagar fraudes rotuladas de verdade e isso vêm desde o início. Acreditando ser o tempo, senhor da razão e que a mentira tem pernas curtas, apesar de quase dois mil anos de policiamento contínuo, esse Autor, além de acreditar que um dia a “casa cai”, deleita a sua consciência com a citação do Presidente Americano Abraham Lincoln, que além de providencial é profética, mormente na abordagem presente.

"Pode-se enganar alguns durante todo o tempo, pode-se enganar todos por algum tempo, mas não se pode enganar a todos durante todo o tempo", pois a omissão da verdade vai se tornando insustentável.

Mesmo daqui a mais dois mil anos, a esperança de que a farsa toda será enfim descoberta é salutar, e valerá à pena! AMÉM!

Maiores detalhes o leitor pode conseguir num vasto material constante na Internet, numa reportagem escrita pelo médico Antônio Sérgio Baptista, e veiculada no Jornal Cidade – Ano II, nº 41 – Joinville/PR – de 29/06 a 05/07/2012 ou através do link (não deixe de acessar): http://www.youtube.com/watch?v=pvBJXw4OYjw  Vale a pena ver um mito construindo sua trajetória de mentiras nas “barbas” do mundo globalizado.


José Pereira Gondim é autor das trilogias: A Forja do Cinismo e Jesus e o Cristianismo (a venda na livraria O Sebo Cultural, em Jão Pessoa/PB ou pelo email josepereiragondim@hotmail.com), onde esse e outros temas conflitantes são tratados com responsabilidade, mas, sem eufemismos.