No encerramento da trilogia,
este Autor objetiva deixar claro para o pesquisador domingueiro ou qualquer
observador distanciado do assunto, que o tema não foi esgotado, muito pelo
contrário; bastante coisa ainda será escrita sobre ele, obviamente por si e
inúmeros outros estudiosos, uma vez que o descrédito da fraude é um desafio
para o homem comprometido com o futuro. No entanto, ao invés de tecer algum
tipo de comentário sobre o conteúdo da obra, em seu último volume torna-se de
bom alvitre questionar juntamente com o leitor interessado, a realidade de
alguns fatos do cotidiano, o tratamento sen-sacionalista dado aos mesmos, bem
como a procedência duvidosa e oportunista de outros. Convenhamos: o que é real
é antecipado em poucas palavras, justificado pelas evidências, constatado in loco ou testemunhado pelos registros
históricos, sem a mínima margem para dúvidas.
Contrariando a tudo isso, o que é
criado por vias obtusas e mentes enfermas (farsas/fraudes)
caminha sob senões gritantes (apesar da
redoma, dogmas e o policiamento dum sem número), desmentidos de última hora
e a incerteza, pois a fragilidade e o estofo ou en-chimento de cada um deles é
vexatório, senão risível. Nesses termos, se não fosse o fanatismo, o medo do
inferno, a salvação da alma (salvar de
quê, de quem e para quê?) e a alienação da massa, desde muito já teriam
caído no descrédito, dado a inconsistência e dificuldade de ser encarado como
coisa séria, através da lógica. Pois bem: transitando dentro desse espaço
imenso, este Autor selecionou três fatos bem significativos, e que tem tudo a
ver com a essência do presente trabalho, mormente quando o terror amedrontou uma
sociedade nocauteada, na medida em que se preocupou apenas com dia de hoje, com
a riqueza, o poder e as facilidades advindas das benesses do fasto.
Daí não ser honesto a apologia a pobreza, e
uma grande hipocrisia a pregação da existência das belezas do céu e das agruras
do inferno, uma vez que isso tudo a gente vive no planeta Terra, nessa passagem
rápida, mas, que é única, por séculos sem fim, amém! Na oportunidade, o
leitor é convidado a conferir em três instantâneos simples, a realidade da
vida:
"Em meados de 2008, este Autor ouviu falar que
na Argentina, uma nação também governada por um líder populista (de saias) e
bem avaliado nas pesquisas, a carga tributária é muito menor do que a nossa, e
mesmo não contando com uma utopia eleiçoeira chamada Pré-Sal (surgida quando o
clima do planeta reclama por fontes de energia limpa), o preço da gasolina é a
metade do valor extorsivo, cobrado entre nós. Ouviu também dizer que lá, o povo
gosta de ler, que nos cafés que são muitos por todo País, nas praças e parques em
grande número e bastante arborizados e bem cuidados, jovens tomam sol “devorando”
livros de todos os matizes. Por ocasião do meio-dia, esse batalhão é aumentado
em centenas de pessoas, em face do final do almoço de estudantes secundaristas
e universitários, servidores públicos e trabalhadores do comércio. Pois bem:
aproveitando os custos de passagens e diárias em bons hotéis, que custam talvez
um terço da realidade nativa, daí o brasileiro procurar o lazer no exterior,
este Autor visitou Buenos Aires em duas oportunidades, e pode constatar in loco
a veracidade, e, muito mais, do que lhe fora adiantado. Em primeiro lugar,
a capital da Argentina parece ter sido encomendada a um único engenheiro e
erguida totalmente numa mesma época. A altura dos prédios é padrão, o estilo arquitetônico
é um só, onde a grandeza e suntuosidade dos mesmos transferem o espírito do
turista pra grandes capitais da Europa, como Londres, Paris, Copenhague, Moscou
ou Madri, deixando no ar uma forte dose de nostalgia. Lojas do Mc Donald, ou
Kings Burger funcionam em prédios maravilhosos, com paredes trabalhadas,
escadarias do mais puro mármore, vitrais antigos e bem conservados e teto
semelhante ao de templos medievais, obviamente revitalizados por essas multinacionais
onipotentes, onipresentes. Por falar nesses poderes arrasadores do deus cristão,
o cantor mais importante e badalado do País, continua sendo Carlos Gardel,
morto aos 45 anos, em 1935, num acidente aéreo, em Medelín, na Colômbia.
Naquelas lojas de discos, que não misturam o seu produto com mais nada, o
grande astro portenho continua cantando mais e muito melhor, apesar dos 76 anos
de sua morte. Isso no Brasil é impossível, pois o nosso consumismo, ou
canibalismo é simplesmente autofágico. A casa do cantor, no bairro
Abasto é um museu bem freqüentado por turistas estrangeiros e platinos, com uma
estátua no meio da rua, que de quebra, e em sua homenagem leva também seu nome.
As livrarias de Buenos Aires são livrarias na acepção da palavra, pois só
vendem livros. O total desses Estabelecimentos na cidade suplanta com folga o
número de livrarias nativas, pois no Brasil quem vende material didático se auto-alcunha de livraria. Nesses termos, dentro de
uma gama infinda de lápis, borracha, papel crepom, fitas, bonecas, sorvetes,
cigarros e inúmeros suvenires, num cantinho obscuro, ou quase escondido, meia
dúzia de livros, quase ou pouco nada influi na natureza do comércio. Na Argentina
as livrarias são grandes e bem freqüentadas, existindo salas de leituras,
sempre lotadas durante os sete dias da semana. Passeando nas limpas e grandes
avenidas da Cidade, num domingo à tarde, sem nenhum exagero este Autor foi
surpreendido com essa realidade, constatando que mesmo nesse dia e horário há
fregueses, leitores e comércio. A El Ateneo é uma rede de livrarias, cuja
matriz fica situada num antigo teatro, conservado nos seus mínimos detalhes. O
salão de leitura desse autêntico paraíso
fica no palco, margeado por colunas greco-romanas, tendo ao fundo uma
cortina vermelha maravilhosa. As coxias, a ribalta e os camarotes continuam
como dantes, com seu assoalho de madeira polida, lembrando nostalgicamente o
final do século XIX, ou início do século XX, em grande estilo. Os teatros
abundam pela Cidade, lembrando-se que na Av.Corrientes, local onde este Autor
ficou hospedado, existem oito, funcionando à tarde e a noite. Num musical que
enaltecia a Evita Perón (morta também, no início da década de 50), o Signatário
pagou 140 pesos pra ficar na sétima fila, em plena quinta-feira. Em suas andanças
pelo centro da Urbe chamou-lhe a atenção, um restaurante e mais dois
estabelecimentos comerciais fechados e ostentando uma placa, na qual o
proprietário informava que se encontrava de férias e o negócio somente voltaria
a funcionar no final de 30 dias. Como a cultura dos capitalistas brazukas é de
chocar em cima de uns míseros cobres, de deixar tudo para o outro dia, que
sempre começa com uma morte (a morte do sol que se pôs no dia anterior), qual o
empresário, ou comerciante brasileiro que em sã consciência teria a coragem de
tudo abandonar e curtir 30 dias numa praia, ou mesmo desligar-se dos negócios
por este período? Simplesmente inadmissível! Vez por outra e dentro da
arquitetura tradicional da cidade destaca-se um grande banco, instalado num
prédio moderno, no entanto, e na maioria das vezes, a construção antiga e em
decadência deixou pra posteridade alguma parede conservada na fachada, ou uma
sala interna intacta, como a atestar um apogeu que se foi, mas a Cidade respeita.
Os cafés são incontáveis e a maioria altamente requintados e freqüentados, na
maior parte das vezes por casais de velhos bem vestidos portando livros e
jornais. Entre um gole de café, ou de vinho, não raro um turista observador se
depara com uma “jovem anciã” de sapato altíssimo, echarpe e lendo um livro, ou jornal. Para um
país onde a formação da mulher, quando muito lhe direciona a seção de telenovelas
e horóscopos mantida por nossos jornais, este Autor ficou deveras maravilhado
com essa dedicação, senão devoção a leitura. Por ocasião de sua participação na
bienal do Recife/PE, o governo do Estado incentivou a presença dos professores
conferindo-lhes um bônus de CEM REAIS (R$ 100,00) para aquisição de livros, a
todo aquele que comparecesse ao evento. Lá dentro da bienal as livrarias
expunham também com os livros, o material didático. Incrível! Os professores
compareceram em massa e o bônus foi utilizado, todavia, na aquisição de
material escolar para os filhos desses, educados na precariedade de nosso
ensino, na perversidade das escolas públicas. Por falar nisso, o objetivo dos estabelecimentos
brasileiros de ensino, mormente os particulares, pois os do governo nada somam
é garantir aos pais dos alunos a chance de colocá-los nas Universidades. Somente!
Algum talento para o esporte ou para as artes é sepultado através de um réquiem
festivo e comungado por toda sociedade de consumo. É justamente por isso que a
Argentina já foi agraciada, em 5 oportunidades com o Prêmio Nobel (duas vezes
em medicina, uma em química e também duas vezes na categoria Nobel da Paz). O
Brasil, muito pelo contrário, nunca teve nenhuma de suas universidades incluídas
no índice das 100 melhores do mundo, listadas pela Times Higher Education. Na
oportunidade torna-se de bom alvitre levar a público, que numa visita realizada
a sala de aula do curso de medicina, na Universidade Federal da Paraíba/UFPB,
em 1990, onde o filho deste Autor estava matriculado, o mesmo constatou que nenhum
integrante da turma provinha da rede pública de ensino, e isso, até hoje,
continua imutável. É justamente por isso que somos apenas, penta-campeões em
futebol". Só!
Outro
aspecto que chama a atenção do segmento pensante de uma sociedade explorada diuturnamente
ao extremo é o endeusamento de pessoas ou situações, quando a realidade
transita por um caminho, totalmente díspar daquele que é pintado pelo
aparelhamento do sistema, através de um partido político de plantão, e no poder;
confiramos:
"Por ocasião da morte recente do ex-vice-presidente
brasileiro, José Alencar, o ex-presidente Lula que se encontrava em visita no
exterior, não perdeu a oportunidade e chorou em público, obviamente frente às
câmaras da mídia televisiva. Seqüenciando o périplo, inúmeros políticos
enalteceram suas virtudes, inclusive a empolgante batalha contra um virulento
sarcoma, um raro tipo de câncer localizado na região abdominal. Na realidade
foram 5 anos de luta, 13 cirurgias, mais de uma dezena de internações
hospitalares, atendimento pelos melhores especialistas e a disponibilização de
recursos médicos extraordinários, aqui e lá fora. Obviamente, se fosse um
cidadão pobre atendido pelo Sistema Único de Saúde/SUS, com toda certeza jamais
teria atingido essa performance. Na oportunidade torna-se de bom alvitre
lembrar, que ao contrário dos 79 anos de idade do defunto ilustre, uma sobrinha
deste Autor, faleceu na flor da idade, ou no decurso de apenas 23 anos, também
vitimada por um câncer no fígado, e após anos de espera, desilusão e desamparo,
nas longas filas de transplantes do SUS. No ápice de sua via crucis, longe dos
holofotes da mídia, dos especialistas e dos bajuladores de ofício chegou a figurar
em 14º lugar da tal lista, entretanto, uma peregrinação dolorosa pela precária
rede de saúde pública do País foi interrompida pela morte, pelo anonimato, pelo
esquecimento. Por uma questão de lógica, o 15º colocado tomou seu lugar,
todavia, se a morosidade ainda for a tônica no processo, com toda certeza, mais
uma esperança foi frustrada e transformada em óbito, dentro das entranhas de um
modelo apodrecido. Em nações como: Dinamarca, Noruega e Áustria, a carga tributária
é maior do que no Brasil, entretanto, nesses países existe um retorno a altura,
em termos de saúde, educação, lazer e segurança. Atualmente, no País, até os
portadores de bons planos de saúde não são atendidos como deviam, enquanto na
indigência, uma consulta ou a realização de um exame pode ser marcada no tempo
futuro, ou a prazos a perder de vista, quando se sabe que as doenças,
“normalmente” não esperam, pois tudo no corpo humano é regido pela dinâmica da
vida. Daí, a facilidade desfrutada pelos poderosos incomodar os menos
aquinhoados, principalmente quando as despesas são bancadas, com o dinheiro
suado de um contribuinte espoliado; um eterno pagador de impostos e imposturas.
No dia 07/04/2011, os médicos conveniados paralisaram todo e qualquer
atendimento aos portadores de planos de saúde (particulares e caros),
indistintamente, apoiados pelo sindicato e conselhos da categoria, em toda
extensão do território nacional. Essa medida truculenta e antipática foi veiculada
na mídia, com antecedência, e como o governo, conforme ficou provado não
necessita dessas tralhas deploráveis (quando os integrantes do fasto adoecem),
a massa que paga do próprio bolso, para ter aquilo que o Estado lhe nega ficou
totalmente órfã por longas 24 horas. Dado a leniência do poder público, com toda
certeza, novas paralisações serão emplacadas no decorrer do ano, com amplo
sucesso e total apoio de quem não devia tolerar tal tipo de agressão ao povo
esperançoso e enganado. Na revista Veja, edição 2211, de 06/04/2011, além duma
frase impactante pronunciada pelo nobre morto, alguns reveses deploráveis de
sua biografia são lembrados. Como não se trata de nada inédito, mas, fatos há
muito esquecidos e arquivados, dentro da trajetória de um povo de memória
curta, torna-se necessário lembrar, que assim como ele enfrentou com firmeza a
dureza do sofrimento, da morte, pelejou com igual desenvoltura pelas
facilidades da vida terrena; confiramos. Logo após o desencanto de boa parte do
eleitorado do País, com a agressividade e cinismo do mensalão petista, o
segmente pensante da sociedade decepcionou-se com a veiculação através da mídia
isenta, de que em 2005, quando ele já era Vice-Presidente do Brasil, a
Coteminas, sua empresa emprestou dinheiro do governo, a taxas favorecidas, o
que não é justo, responsável e ético. Nessa época, ou por ocasião do escândalo
da Ministra Benedita e seu café matinal na Argentina, com irmãos evangélicos e financiado
com dinheiro público, além de minimizar o fato ofereceu-se pra pagar o débito,
como se isso fosse mera operação de compra e venda, e não, uma questão moral. O
apogeu da trajetória como homem poderoso, contudo, ficou por conta da recusa em
reconhecer a filha nascida do relacionamento com uma enfermeira que ele
insinuou ter conhecido quando era prostituta, na década de 50. Eu não tenho
medo da morte, tenho medo da desonra. Nada em particular contra o homem e
político, mas alguma coisa destoa no contexto acima".
Coroando
uma série de esclarecimentos pertinentes aos leitores de boa vontade torna-se imperioso lembrar algumas piruetas ocorridas no
âmbito da religião, através de declarações bobas, bem como a presença de padres
católicos e pastores protestantes na coluna policial.
"Por ocasião de um encontro lá, o arcebispo de
Porto Alegre, dom Dadeus Grings declarou (sem medo de ser feliz!), que a sociedade
atual é pedófila, e que em outras categorias ou profissões (médicos, professores
e empresários) há mais pedófilos do que no clero. Na visão deste Autor, esse
religioso deve possuir uma estatística confiável, ou ser dotado de uma boa dose
de faro divino, para afirmar com tanta certeza. Aleluia! Reforçando a declaração
do colega, dom Angélico Bernardino, bispo de Blumenau trouxe a baila, o
conceito de que tudo é relativo, pois há diferenças entre o ataque do pedófilo
a uma criança, e essa mesma agressão a um adolescente. Arre diabos! É óbvio,
que ele filosofa tão alheio assim, pois essa suposta vítima, com toda certeza
não seria um filho seu, e a Igreja deve ser preservada, apesar disso tudo. Nessas alturas o homem comum e honesto tem de
lembrar a máxima presunçosa de Gregório VII (1073-1085), na qual ele afirma
que: “a Igreja romana nunca errou nem jamais errará, como a Escritura
testifica”. Como esses homens constituem a Igreja (por eles fundada) fica assaz
difícil entender-se, o que é certo ou errado! Na oportunidade este Autor ressalta
a embriaguês de poder desses senhores, a falta de sintonia para com o mundo e a
certeza de que a alienação, o fanatismo e o medo do inferno condenariam a
humanidade à escuridão eterna. Ledo engano! Graças ao deus da tolerância, da
ética e do bom senso. Continuando nesse mesmo diapasão torna-se necessário
levar ao conhecimento do leitor que a Religião Católica Apostólica Ro-mana
perdeu a primazia de doutrina oficial do País, em 1891, e a partir dessa data,
as igrejas evangélicas clandestinas entraram na legalidade, todavia, sem
nenhuma conotação de expansionismo imediatista, ou digno de nota. Entretanto, com
o passar do tempo, o comércio da palavra (de um deus) foi crescendo, e somente
o segmento neopentecostal, segundo informes confiáveis atingirá o número de 40
milhões de seguidores, na apuração do censo de 2010. Pois bem: com a chegada do
rádio, em 1945, o tronco principal do movimento foi dividido em outras siglas,
enquanto a mensagem passou a ser difundida também, através de programas
radiofônicos pontuais. A partir de 1970, as lideranças pentecostais brasileiras
foram influenciadas pelo tele-evangelis-mo americano de figuras como Jimmy
Swaggart passando a investir também, nos programas televisivos. O apogeu desse
movimento eclodiu em 1977, com o advento do ex-bancário Edir Macedo e a criação
da Igreja Universal do Reino de Deus/IURD. Como a atividade religiosa no Brasil
não é taxada, apesar das arrecadações astronômicas (não paga nenhum tipo de
imposto), e como a matéria prima dessas Instituições (o perdão de deus e a
salvação da alma... ...salvar de quê, de quem e para quê?) é gratuita, o
negócio passou a ser visto com outros olhos por pessoas espertas, o mapa da
mina foi franqueado a alguns sortudos. Nesse contexto, essas Igrejas passaram a
multiplicar-se vertiginosamente, às vezes em decorrência de desentendimento
entre dirigentes da célula original, ou dentro da máxima: “quanto mais cabras,
mais cabritos”, ou mesmo: “se ele pode, por que não eu? Afinal, ficar com o
poder ou a bolada toda é melhor que dividir com outros; essa a pura realidade.
Nesses termos, e salvo um melhor juízo, a Igreja Internacional da Graça de
Deus, pertencente ao missionário R.R.Soares, bem como, a Igreja Mundial do
Perdão de Deus, uma propriedade do apóstolo Valdemiro Santiago de Oliveira
nasceram dessas supostas rusgas de comadres. A razão social desses templos, às
vezes montados em simples garagens, galpões, fábricas e grandes lojas desativadas
segue uma linha chamativa, sendo bastante comum, a escolha de alguma denominação
bem fácil de ser gravada na mente dos irmãos, aleluia! A partir daí, Igreja da
Graça, da Benção, do Perdão, Universal, Internacional e um sem número de outras
"marcas ou grife" são impostas à massa, sempre precedidas do substantivo
deus, o qual funciona como uma espécie de franquia, como Mc Donald´s, Habib´s,
Boticário ou Pharmapele. A verdade é essa e não adianta espernear! E assim,
como num passe de magia, a instituição cresce, abrindo filiais em outros
bairros, cidades, Estados, quando não países. A grande preocupação dos
dirigentes desse negócio lucrativo é garantir a existência e o futuro desse
império através da legalidade ou da eleição de pastores ou outros
representantes da Igreja para as Câmaras Municipais, Câmaras Legislativas
Estaduais, para o Congresso Nacional, e às vezes, em cargos no executivo, como
prefeitos, governadores, ou na própria Presidência da República. Nas eleições
gerais de 2002, um candidato evangélico conseguiu 18% dos votos do eleitorado
nativo. Em 2006 foi impedido de concorrer, através de denúncias ou constatação
de algumas falcatruas; convenhamos: seguro morreu de velho. Atualmente as duas
maiores Igrejas evangélicas do País têm juntas, somente no Congresso Nacional,
mais de 50 deputados federais, além de um senador eleito num dos maiores
colégios eleitorais brasileiros. Como esse fluxo só tende a crescer, num futuro
bem próximo os políticos populistas e de ofício, ou aderem à crença, ou perdem
a boquinha. É sério! Assim como a compra de jornais, emissoras de rádios e
repetidoras de TV é a condição sine qua nom para o crescimento do negócio, no
final da legislação de 2010, mais de 100 emissoras de rádio foram rateadas
entre proprietários de igrejas cristãs, na sua maioria ocupando o cargo de
deputado federal ou senador e obviamente, cabos eleitorais de quem lhes
facilitou de forma eminentemente republicana, essa autêntica galinha de ovos de
ouro. O assunto inicialmente veiculado pela revista Veja, edição 2199, de
12/01/2011, consta também de um ensaio assaz oportuno: A Trajetória da Morte,
inserido na página 259 do presente volume".
Por último torna-se de bom
alvitre falar-se um pouco das arrecadações portentosas e diárias, da cobrança insana
do dízimo em envelopes diferenciados, da ostentação, da busca insana do poder e
das benesses do fasto, em cima da massa sofrida, preocupada apenas com o saciar
momentâneo da fome da barriga. Somente
isso, apenas isso!
"Conforme
veiculação na mídia, o bispo Edir Macedo, proprietário da Igreja Universal do
Reino de Deus e mais 9 outros dirigentes da Entidade foram acusados de improbidade
com o dízimo dos fiéis e o desvio de valores para paraísos fiscais, em proveito
próprio. Obviamente a grita é grande, e enquanto os processos se arrastam de
forma pachorrenta, numa justiça feita sob medida para os poderosos, todos são
inocentes até prova em contrário. Amém! Enquanto isso, o também bispo Estevam
Hernandes, dono da Igreja Renascer em Cristo foi preso em Miami/EUA (lá a
pisadinha e outra), ao tentar entrar nesse país com 50 mil dólares escondidos
numa Bíblia. Nota-se que seu respeito para com um livro de inspiração divina é tão
grande, quanto uma nota de 3 reais, falsa. Esses assuntos constam do ensaio:
Traquinagens de “pequena monta”, na página 79, do presente volume. Recentemente,
a revista Isto É, edição nº 2151, de 02/02/2011, entre outras preciosidades
divulgou a boa sorte do apóstolo Valdemiro Santiago de Oliveira, fundador e
dono da Igreja Mundial do Perdão de Deus, confiramos. O religioso que já foi
roceiro, pedreiro, viciado em drogas (ele se limita a dizer que consumia “álcool
e substâncias sintéticas em forma de comprimidos), e é quase analfabeto,
atualmente mora num condomínio de luxo, em Barueri/SP. Sem nenhum complexo
ostenta na garagem 3 carros importados blindados, das marcas Land Rover, Toyota
e Peugeot. É proprietário de um sítio em Santa Isabel, a 50 quilômetros de São
Paulo, onde nas horas vagas desfruta de um pesqueiro, da piscina e do campo de
futebol, onde disputa campeonatos entre times formados por membros de seu
ministério. Como não poderia deixar de ser dispõe também de motoristas e
seguranças particulares, que estão sempre à disposição. Sua igreja é ainda proprietária
de helicópteros, um jato particular, no momento inaugurando um templo por
semana, além de arcar mensalmente com uma despesa em torno de R$ 40 milhões. A
sede da Entidade está localizada numa antiga fábrica, um galpão de 18 mil metros
quadrados, no Brás, em São Paulo, comprada por R$ 60 milhões, em 60 parcelas de
R$ 1 milhão. Na divulgação dos cultos pelo Brasil e o exterior, a igreja de
Valdemiro paga R$ 6 milhões mensais ao grupo Bandeirantes, por 22 horas de
programação diária, na Rede 21. Paga também R$ 101 mil por mês a Multichoice,
uma empresa sul africana que distribui o sinal por vários países da África,
além de R$ 59 mil mensais, por uma hora de programação diária na TV Soweto. A gestão
desse império fica por conta do apóstolo, alguns especialistas no convencimento
da massa recrutados na IURD e três deputados (dois federais e um estadual) eleitos
no sudeste, em 2010; pois o respaldo político é crucial na trajetória da
Empresa. Entretanto, a fortuna que movimenta tal monstrengo é extorquida do homem
pobre e trouxa".
Diante
dessa fúria por dinheiro fica no ar a certeza de que esse patrimônio, arrancado
a fórceps de esfomeados, jamais será dividido com a pobreza, conforme pregava o
Cristo, o mito maior desse comércio indisfarçável e agressivo. Esse conselho
não levado a sério pode ser verificado em Mt. 19:16-30 - “...Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens
e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o mancebo,
ouvindo esta palavra, retirou-se triste, pois possuía muitas propriedades...”.
Nos ensaios: Um santo Evangelho segundo
Branchu - volume II, pag. 462 e Homeopatia do Terror, na pag. 150 do presente
volume há maiores subsídios sobre o assunto em apreço.
Como o leitor já
deve ter notado, mas, nenhum segmento da doutrina cristã, em sua trajetória de
2 mil anos, dar a menor importância a esse ensinamento, pois o lema é arrecadar
ao máximo, é exaurir a fonte,
enquanto uma possível divisão do tesouro amealhado fica exclusivamente para
depois da morte do seguidor incauto e alienado, possivelmente nas benesses do
céu. Lérias! A partir daí, as fortunas
vão surgindo de forma célere e os impérios desabrochando freneticamente, enquanto
o pobre doador fanatizado, que propiciou o carro de luxo e a residência nobre,
para o padre ou pastor, talvez não tenha um bicicleta velha, ou um teto decente
onde possa dormir sem medo da enchente do córrego, do deslizamento da encosta e
da violência de malfeitores de ofício. Ignorando a expressão: ô, oreiúdo (orelhudo), utilizada por
Valdemiro, nas reprimendas aplicadas aos obreiros, cinegrafistas e músicos que
o acompanham, por ocasião dos cultos e a ocorrência de milagres entre pessoas carentes,
mas, o cramunhão (demônio) que ele
sacode o barraco, em nome de um Deus poderoso, literalmente não existe (ambos). O diabo que atormenta a
humanidade no seu dia-a-dia é o homem mau, oportunista, enganador, militante na
política, na religião, um explorador da fé do povo incauto. Essa é a realidade
do contexto vivido por boa parte da civilização humana, sem eufemismos, cosméticos
e a maquiagem empregados por marketeiros de ofício, na divulgação de
ocorrências agressivas a sanidade e ao bolso do cidadão comum, um eterno pagador de impostos e imposturas.
Obviamente os autores ou escritores profissionais se utilizam de recursos
lingüísticos para amenizar os fatos, trocando o termo mentira por inverdade, vadio
por solerte, patifaria por tratantada, a fim de manter a paz com a crítica e os
tentáculos pegajosos do sistema. Contrariando o status quo, este Autor descreve as coisas com elas acontecem ou
foram gestadas, afinal, segundo o grande corso e Imperador Francês Napoleão
Bonaparte: "todos são sensíveis e percentuais e, há
patifes tão patifes que se comportam como pessoas honestas".
Nota: Esse EPÍLOGO faz parte do 3º volume - ANATOMIA DE UMA FARSA - 596 páginas, da trilogia JESUS E O CRISTIANISMO, a venda pelo email: josepereiragondim@hotmail.com
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