segunda-feira, 12 de setembro de 2011

GESTAÇÃO TENEBROSA DO DIA 11/09/2001



Os anos passaram inexoravelmente rápidos, e certo dia o calendário do tempo amanheceu marcando a data de onze de setembro de 2051. Nessa manhã o sol estava mais quente, pois os níveis de monóxido de carbono emitidos pelo mundo industrializado e lançados na atmosfera não foram diminuídos, apesar dos esforços de segmentos responsáveis da sociedade. Os interesses de governos reacionários e intolerantes, atrelados à ganância de empresários predadores, e que ditam os rumos do capitalismo no mundo prevaleceram, enquanto a natureza reclamou em vão, o planeta estertorou e a humanidade completamente resignada, seguiu alheia em direção ao caos. Pensando bem, esse foi o objetivo eleito há muito tempo, ou desde a época dos grandes massacres de filisteus e amalecitas determinados pelo deus cruel e sanguinário do Pentateuco bíblico, após a perversa e injustificável destruição de Sodoma e Gomorra. A esse respeito torna-se de bom tamanho, o fornecimento de uma rápida informação ao leitor, posteriormente aprofundada nos ensaios sobre a prostituição, constante dessa obra, vejamos.

A ira divina traduzida em fogo e despejada sobre essas duas cidades tinha como principal motivo, entre outros de pequena monta, a libertinagem e a libido em excesso, praticada pelos habitantes dessas urbes. A reação de Javé foi rápida, perversa e fulminante e pulverizou a todos através de um calor intenso, talvez do mesmo quilate daquele produzido pelas bombas americanas lançadas em Hiroshima e Nagazaki, responsáveis pela morte de meio milhão de pessoas, a maioria constituída por civis. Todavia, com o passar do tempo, nada menos que a Igreja de Cristo, através do papado, controlava e estimulava a prostituição na Europa, por meio da cobrança de impostos sobre essa atividade, ou profissão, bem como a sua instrumentação, na montagem de casas de recursos, ou bordéis. Esquisito e inacreditável, no entanto, uma ligeira consulta aos registros históricos, apesar da estupefação causada a uma grande maioria, deixa patente a certeza de que o melhor disfarce para o lobo, ainda consiste em travestir-se de cordeiro, o que confere maior letalidade ao ataque, embora covarde e hediondo.

Por ocasião dos grandes concílios promovidos pela Igreja, a participação de meretrizes nos bastidores do evento era uma verdadeira festa, em nome de deus, aleluia irmão! Por ocasião do deslocamento da Corte Pontificial à cidade de Constança, em 1414, para realização do Concílio que lhe leva o nome, essa urbe recebeu também, obviamente de braços abertos, nada menos que 450 cortesãs, meretrizes ou prostitutas destinadas à prestação de favores sexuais aos altos dignatários eclesiásticos e prelados, durante o decorrer do tal encontro, em nada divino. Essas informações escabrosas, uma vez tratar-se da conduta imoral de representantes de Cristo na Terra fazem parte das crônicas da época, havendo, todavia, relatos assaz picantes e comentados mais a frente. A regra era essa e não adianta espernear!

Retomando o curso da narrativa e retornando ao fio da meada, torna-se de bom alvitre informar ao leitor, que na data acima mencionada, o nível do oceano subiu, em face ao degelo da calota polar. Algumas cidades, como Recife, João Pessoa, Fortaleza e Nova Iorque tiveram de importar a secular tecnologia de diques utilizada na Holanda, a fim de dotar si próprias de uma sobrevida; talvez 100 ou 150 anos, uma marca conseguida também por Constantino, para o Império Romano, por ocasião da legalização do cristianismo, no ano 313 EC. Nessas alturas o petróleo extinguiu-se no Oriente Médio, bem como na Venezuela e os grandes reservatórios das hidroelétricas, como Itaipu e Xingó foram esvaziados para consumo humano, uma vez que a água potável passou a ser uma raridade no planeta. Alguns países foram invadidos e colocados sob a tutela dos mais fortes, unicamente pelo seu potencial de água, de vez que esse mineral monopolizava a cotação das bolsas pelo mundo afora. A energia eólica e atômica assumiram lugar de destaque, na medida em que a gasolina e o óleo diesel eram substituídos por baterias elétricas, ou químicas. O histerismo a respeito do Pré-Sal, observado há 42 anos foi arquivado nos escaninhos da demagogia populista, uma vez que o mesmo foi o grande fiasco deste início de século, e utilizado por políticos gananciosos, analfabetos e oportunistas, com o objetivo único de ludibriar a massa ignorante e perpetuar-se no poder. As dificuldades e os custos de extração, bem como o aparecimento de motores movidos a ar condenaram o bombástico programa ao ostracismo compulsório, enquanto a pequena quantidade do petróleo arrancado do fundo do mar foi envasada em vidros de penicilina e exposta em alguns museus pelo País, como registro, apenas.

Nessas alturas, a corrupção diminuiu no Brasil (milagre, deus é pai!), todavia, ocasionada pela divisão de seu território em cinco novos países, e nunca pela mudança de comportamento de suas autoridades, no que tange à agressão ao Erário e à má versação dos dinheiros públicos, sempre tratados com total desprezo. Os velhos caciques políticos, proprietários do voto encabrestado, criadores de arapucas eleiçoeiras, apelidadas de programas sociais e mantenedoras do status quo, há muito já haviam deixado de atazanar os mais esclarecidos, queimando ardentemente no sheol-judaico, embora homenageados com hermas e praças, através da bajulação dos que lhes herdaram o espólio. O petismo e os demais partidos políticos apodreceram in vivo e in vitro, e saíram de cena de forma bisonha, pela porta dos fundos e pra lata do lixo. O regime presidencialista fora substituído pela monarquia, enquanto o soberano atual, apesar dos pesares era o Rei Bilula IV, que substituíra ao FHC Pilatos tucano. A partir do ano 2018, essas duas dinastias passaram a se revezar no poder, após um acordo de cavalheiro, ou de lideranças (tá rolando grana, tá rolando muito argumento).

Nas eleições gerais, agora disputadas a cada oito anos, uma vez que a reeleição fora extinta (talvez o último ato do conto do operário), a luta pelo poder e as benesses do fasto era travada entre evangélicos e beatos, ou os que estavam mamando e aqueles que brigavam pra chegar lá. O carnaval, agora se estendia por uma semana completa de feriados, enquanto hino nacional foi enfim trocado pela marchinha carnavalesca: mamãe eu quero mamar! A partir desse inusitado evento, as sessões ordinárias da casa ficaram assaz concorridas e assistidas por turistas e visitantes, em face de sua dinâmica inovadora. Os representantes do povo trajavam à moda do século XVIII, usando perucas e reeditando o parlamento inglês nos seus dias de glória. A execução do hino oficial era o ponto alto dos trabalhos, uma vez que a sua viabilização através de um coral gigante, composto de barítonos, sopranos, contraltos, tenores e o diabo a sete regidos por um eficiente maestro, ou presidente da Entidade era a verdadeira apoteose, um autêntico canto celestial para raros predestinados. Aleluia!

Nos primeiros anos do Século XXI, o País colecionara dissabores na condução atabalhoada da política externa, em função do patético fiasco zelaysta; do apoio equivocado a corrida armamentista e atômica do Irã; na emissão de notas oficiais destemperadas sobre o conflito Árabe-Israelense; além de fazer vista grossa a descarada e rotineira agressão à democracia perpetrada pelo governo da Venezuela, através do companheiro Hugo Chávez. Segundo o embaixador Rubens Barbosa: “uma coisa é pagar mico em Honduras, que não traz grandes conseqüências, outra coisa é, no caso do Irã, dar vexame perante o mundo”. Continuando nesse mesmo diapasão, quanto ao constrangimento causado pela expropriação (Evo Morales tomou na marra, e não adianta chiar) das refinarias da Petrobrás pelo governo boliviano a administração nativa deu pouca importância à humilhação e vendeu por preço vil, um patrimônio dos brasileiros.

Essas afirmações, constante de reportagens nos grandes veículos de comunicação nativos e mundiais e arquivados pelas bibliotecas no País fizeram parte de matérias interessantes, contidas na revista Veja, nas edições de 2132 e 2151, de 30/09/2009 e 10/02/2010, há exatamente 42 anos. Por conta também de vexames, como o asilo a terroristas paraguaios e italianos, bastante salutar a aprendizes de estadistas, neuróticos, reacionários e intolerantes, o Brasil perdeu a chance de constar definitivamente de uma cadeira no Conselho de Segurança, da Organização das Nações Unidas/ONU, um objetivo perseguido desde muito, e desperdiçado de uma forma literalmente amadorista. O alentado confronto de idéias e interesses com a diplomacia dos Estados Unidos da América, também não surtiu os efeitos desejados, uma vez que se tratava de resquícios duma tensão pré-menstrual de uma ideologia comunista ultrapassada e totalmente nociva aos interesses do País, dentro do cenário mundial.

Por tudo isso acima descrito, no dia 11 de setembro de 2051, um jornalista compromissado com a sociedade e os destinos da humanidade, veicula nos jornais de grande tiragem o teor de certo documento recentemente liberado ao público, e que durante nada menos que 50 anos permanecera com a tarja de altamente secreto, para o bem de alguns e infelicidade dum punhado. Os grandes escândalos, as carnificinas monstruosas, as trapaças de qualquer origem ou matiz, logicamente dependem da ação do tempo, que funciona como termômetro desses acontecimentos agressivos no transcorrer da vida, ou na passagem das etapas.

Um delito chocante ou falcatrua atrevida, quando descobertos e denunciados logo depois de perpetrados reúnem as condições necessárias, causando a comoção no seio da sociedade, por vários motivos ligados a proximidade do ato cruel e o seu julgamento através dos humores da população. No entanto, quando um crime bárbaro é descoberto, ou julgado muitos anos depois de perpetrado, o interesse da massa sobre o mesmo é pequeno, pois o tempo sarou feridas e promoveu uma espécie de clemência para algo distante; por conseguinte, o clamor é proporcional a falta de interesse. Nos considerados, ou rotulados como crimes passionais, os advogados contratados a peso de ouro, exploram ao máximo as filigranas processuais lançando o julgamento para muitos anos após o ocorrido, o que se torna benéfico ao infrator, na maioria das vezes, salvo exceções muito raras.

Quando a questão é pessoal, os familiares ultrajados que clamaram por justiça por um longo período, apesar do sofrimento ainda esperam do poder público o castigo adequado, aquele sentimento natural, que na Lei de talião vinha embutido num artigo curto, mas claro e lógico: “olho por olho, dente por dente”. Quando o réu é o Estado e a ação de um longo espaço de tempo serve de fronteira entre o ocorrido e sua descoberta, ou divulgação tardia, a maioria dos interessados no problema, quiçá não mais exista e o impacto desse achado, talvez não chegue a impressionar a muitos. Nessas alturas, alguns defensores do sistema jurarão de pés juntos que a ação era estritamente necessária, que a responsabilidade pelo sinistro ou matança foi um ato de estadismo supremo, merecedor de congratulações e elogios.

Logo após o bombardeio japonês a base americana de Pearl Harbor, certo militar que vivenciou esse episódio perverso e sangrento emitiu juízo de valor sobre uma tragédia que matou 2.388 pessoas e feriu 1.178, a maioria das quais cidadãos americanos. Confira a frieza do coletivismo: "Foi um preço pequeno a pagar pela unificação do país". Se por acaso, constar do novo documento encontrado, a prisão e morte de terroristas e a possibilidade de se poupar vidas americanas, a ação foi boa, necessária e avalizada pela suprema lógica coletivista, pois não! 

Mesmo assim, o mundo lembrou ainda estarrecido, a destruição do World Trade Center, através duma espetacular ação terrorista perpetrada no território dos Estados Unidos da América, um País onde os órgãos de segurança encontram com antecedência e na escuridão da noite, uma simples agulha perdida num palheiro. Pois bem, mas nem tudo é perfeito, mormente quando a doutrina do coletivismo reclama de estratégias futuras! Coincidentemente, alguém fotografava o complexo imobiliário por ocasião do primeiro impacto, enquanto o choque do segundo avião, transmitido ao vivo e via satélite foi obra de profissionais da grande mídia, chegados às pressas no local da tragédia. Na manhã desse dia, quatro aviões comerciais foram seqüestrados, sendo que dois deles colidiram com as torres gêmeas, em Manhattan, Nova York. Um terceiro avião, o American Airlines Flight 77, foi direcionado pelos seqüestradores para uma colisão contra o Pentágono (?), no condado de Arlington, Virgínia. Os destroços do quarto avião, que atingiria o Capitólio (?), o United Airlines Flight 93, foram encontrados num campo próximo a Shanksville, Pensilvânia.

A versão apresentada pelo governo ianque reporta que os passageiros enfrentaram os seqüestradores, e que, durante este ataque, o avião caiu. Os possíveis choques de aviões com o Pentágono e o Capitólio, possibilidades empurradas goela abaixo, do povo e pouco questionadas na imprensa foram avalizados pela esfera Oficial. Convenhamos, era uma estória insana e muito mal contada, todavia imprescindível nesse cardápio lúgubre e imposto à massa. Os atentados causaram a morte de 3.234 pessoas e o desaparecimento de vinte e quatro. Na adolescência desse Autor, numa matéria sobre a guerra fria, contida na revista Seleções Reader´s Digest, um espião foi treinado durante anos na União Soviética, objetivando passar-se por um cidadão americano, inclusive com documentação e biografia convincente, duma pessoa nascida e residente em certa localidade da América. Decorridas, não mais do que 24 horas após assumir o posto, foi, no entanto, detido pela polícia, e a fim de salvar a vida e encurtar-se o relato transformou-se num colaborador de eficiência comprovada. Pelos motivos apontados acima, não se entende como vários estrangeiros tenham tido tantas facilidades num país estranho, deslocando-se como se estivessem em seus locais de origem. Na consumação dos objetivos planejados chegaram ao ponto de freqüentar normalmente escolas de pilotagem, burlaram a organização da segurança de um País moderno, seqüestraram quatro aviões em aeroportos informatizados e carimbaram seus brevês em cima dos cadáveres de milhares de inocentes, totalmente alheios ao jogo do poder.

Todavia, o mais intrigante nesse fato, é que apesar dos esforços envidados, inclusive atravessando-se o oceano em direção aos sítios de moradia de um suposto mentor de tamanha barbárie, nada mais se conseguiu do que gastar um montante de dinheiro e um desgaste visível na política externa norte-americana. Nesse sentido, mesmo diante de tudo o que ocorreu, mormente a investida dos Estados Unidos no Oriente Médio paira no ar uma interrogação sem tamanho. Será mesmo que os americanos, no final, é que foram as vítimas? A realidade nas plagas do petróleo, querendo ao não, desmente o papel de coitado da terra do Tio Sam. Coroando um episódio estranho, comenta-se que ao ser informado de que um segundo avião chocara-se contra a outra torre gêmea do World Trade Center, o Presidente George Bush não demonstrou surpresa. Será que isso foi mais uma obra do coletivismo? AMÉM!


Nota: Esse ensaio faz parte da obra – Anatomia de uma Farsa, 592 páginas, o Volume III da trilogia: Jesus e o Cristianismo, a venda pelo email josepereiragondim@hotmail.com

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