sábado, 3 de setembro de 2011

JESUS CRISTO: DADOS BIOGRÁFICOS (?)




Antes de iniciar uma tarefa árdua ou proeza ingrata de garimpar alguns dados verdadeiros para quem não dispõe de nenhum, torna-se de bom alvitre levar ao conhecimento do leitor, uma série de fatores que contribuíram na criação de Jesus, a fraude mais longeva de que se tem notícia na história da humanidade. Inicialmente, os primeiros cristãos, ou notzrim como eram chamados, no tempo do Rabi Yehoshua ben Perachyah, ou há mais de 100 anos AEC, assim como a maioria dos judeus de onde provinham esperavam a chegada de um messias, que os libertaria do jugo do Império Romano, que eles não mais suportavam. O povo judeu, ao longo da história viveu uma grande parte de sua trajetória, ora como escravo do Império Babilônico, às vezes jungido aos reis da Pérsia, da Assíria, quando não da Grécia. Obviamente, durante um período que se estendeu por muitos séculos, o sofrimento causado pela falta de liberdade era grande, e aqueles mais insatisfeitos pregavam a insurreição contra o conquistador tacanho.

Preocupados em que a chama libertária não se extinguisse com a acomodação e o tempo, alguns mais exaltados criaram a figura de um messias libertador, que nada mais era que a cristalização de seus anseios, que a sede de viver livre, um direito que deveria ser de todos, não fosse a ambição e a hipocrisia da raça humana. Pois bem: conforme foi dito acima, a mobilização dos insatisfeitos ou a grande maioria era mantida através da espera ou chegada do libertador, o qual reuniria a todos em um grande exército, e, de espada em punho, a frente dos comandados derrotaria o invasor, expulsando-o de suas cidades, acabando com o jugo. Essa era a fórmula simples utilizada desde muito, enquanto os judeus que antecipavam a chegada desse evento, ao invés de visionários ou profetas, eram pessoas lúcidas e lógicas, com a cabeça em cima dos ombros, enxergando mais de um palmo a frente do nariz.

Nesses termos os primeiros notzrim aderiram a esse sentimento de insatisfação e espera, uma vez, que nessas alturas aguardavam como os demais judeus, a chegada do messias libertador, nada ainda ligado a farsa de Jesus Cristo, um assunto totalmente desconhecido da seita, na época. Nessa ocasião o sentimento do messianismo era forte, e cultivando aquela assertiva simples, na qual: "quem não tem tu, é tu mesmo", a insatisfação gerada pela demora, fazia com que líderes em potencial arregaçassem as mangas, reunisse seguidores e partisse para o combate. Isso não aconteceu só uma vez, todavia, como o exército romano era uma autêntica máquina de matar, os mártires se somaram as dezenas, enquanto a crucificação selava seus destinos, mas não arrefecia o sentimento libertário, o que é um procedimento normal.

Ignorando a certeza comprovada através da história, de que a força jamais conseguiu dobrar um povo e que “a cada ação, contrapõem-se uma reação de igual ou maior intensidade...” (3º Lei de Newton), o Império Romano insistia na direção errada, confiando no cansaço e nas adesões, coisas insignificantes dentro de um contexto maior. Nesse aspecto, os notzrim, segundo eles próprios, somente foram chamados de cristãos, em Antioquia, um registro contido no livro Atos dos Apostólos 11:26, uma obra pseudepigrafada e divulgada no final do século I da Era atual (EC).

A comprovação desse fato reside somente nos assentos da doutrina, de vez que os registros históricos da época desconhecem totalmente a seita cristã, não lhe fazendo qualquer tipo de alusão. Os essênios, apesar do esforço hercúleo dos teólogos e simpatizantes do cristianismo, que deduziram de forma simplória que João Batista era essênio, e por extensão, Jesus sendo seu primo era também membro da seita desconheciam os cristãos e nada deixaram escrito sobre eles.

Os estudiosos que pesquisaram as seitas oriundas do judaísmo (fariseus, saduceus, zelotas e essênios) surgidas no período Asmoneu e suas participações na trajetória do 1º século de nossa Era, também desconhecem o cristianismo, nada falando sobre ele. Atualmente, os teólogos de sempre, aqueles cuja formação religiosa não lhes dar a liberdade de discordar de uma cultura de berço, justificam que isso ocorreu porque a organização dos cristãos era semelhante a dos essênios. Lorotas a parte, isso nada explica, todavia, em se tratado de relatos cristãos, a pisadinha tem sido essa, por séculos sem fim, amém!

Na ausência de qualquer registro histórico, na época, aliás, o requisito necessário para se dar crédito a qualquer tipo de relato posteriormente surgido, os cristãos alegam que no mês de setembro do ano 66 EC, a comunidade cristã de Jerusalém separou-se dos judeus, atualmente em guerra com o Império Romano, exilando-se em Péla na Transjordânia. Pois bem: levando-se em conta as dificuldades de se situar a trajetória do criador, ou do cristianismo, o leitor imagine como tem sido áspero dar um contorno a sua criatura Jesus, por uma série de motivos óbvios. 

Inicialmente, os pais do Cristo (José e Maria) assim como seus apóstolos, não constam de nenhum registro histórico, não foram relatados por nenhum historiador da época. Seu nome foi apropriado do deus egípcio Horus, por acasião do Concílio de Nicéia, no ano 325 EC. Nessa data e local foi também decidido em comum acordo com um homem pagão: o Imperador Romano Flávio Valério Constantino, a sua divindade, isto é, que ele, a partir desse momento, seria filho de deus.

Nessa oportunidade a pressa foi tão grande que forjou-se uma justificativa pueril para um mito em efervescência, ou seja: "gerado, não criado". Ora, qualquer inteligência mediana entende que:"se foi gerado, Cristo não existia antes de ser formado pelo Pai, portanto, não é deus, pois deus seria eterno!". Contudo, o que importava esse detalhe, se isso era bom para o governo romano e sua nova parceira no domínio do mundo, a Igreja Católica Apostólica Romana. A onipotência, onipresença e onisciência de Jesus, bem como a santíssima trindade, além da sagrada família foram assuntos discutidos e acrescentadas a sua vida, por homens mortais, e por ocasião desse decantado Concílio da Igreja.

Sua data de nascimento somente foi fixada, no final do século III, uma vez que inexistia um dia certo, sendo comemorada nos meses de janeiro, abril ou maio, durante muito tempo, na antiguidade. Sua genealogia introduzida nos Evangelhos pseudepigrafados em nome de Mateus-1:1-17 e Lucas-3:23-28, representa apenas uma tentativa de fazê-lo parecer descendente da Casa de Davi, o Messias aguardado e anunciado nas profecias judaicas. Nesse afã ensandecido, Mateus atropelou dados históricos suprimindo registros de quatro reis, entre Salomão e Jeconias, a fim de manter o esquema das 14 gerações. Enquanto, Lucas introduziu no registro, nada menos que 36 nomes desconhecidos, numa busca insana de justificar o injustificável.

A fuga de Jesus para o Egito é um relato constante na mitologia de vários avatares, e um assunto desconhecido dos historiadores da época. Sua infância (a exceção do assento contido em Mt. 2:42-50) e adolescência são totalmente ignoradas, verdadeiro segredo de Estado. A cidade de Nazaré, onde se garante que ele passou boa parte da vida, simplesmente não consta de nenhum mapa, ou registro contido no Antigo Testamento. A atual cidade de Nazaré, localizada bem distante do Mar da Galiléia, segundo H. Spencer Lewis (autor de A Vida Mística de Jesus) é o antigo povoado árabe de en-Nashira, que foi batizado com esse nome, através dos velhos padres cristãos, no distante século III de nossa Era.

Como os evangelhos foram criados pelos monges egípcios Therapeutos e representam a trajetória do deus-sol Horus, no interior das casas do zodíaco, os milagres atribuídos a Jesus já haviam sido efetuados por esse deus mítico, milênios de anos antes da invenção da fraude cristã. Pois bem: enquanto Jesus ressuscita a Lázaro, Horus já havia trazido à vida a múmia de El-azar-us há muito tempo, lembrando que no caso do deus egípcio isso representava uma alegoria, no qual o sol ressurgia e inundava de luz e vida a Constelação da Múmia.

Na tentação de Jesus pelo demônio após 40 dias de completo jejum, Horus também luta com Satan, tornando interessante lembrar que Zarathustra foi também vítima da cupidez de Satanás. No tocante aos deuses egípcio/persa trata-se novamente de outra alegoria, ou da luta perene do homem contra o lado obscuro que reside dentro de si, ou da peleja travada entre a claridade do sol e a escuridão tenebrosa da noite.

A prisão e o julgamento de Jesus estão eivados de incongruências, um aspecto bastante comum no âmbito da mitologia. Nesse aspecto e a fim de atender o script elaborado pelos cristãos, o Sinédrio que nunca se reuniu no período da páscoa teve de o fazê-lo, a fim de chancelar uma fraude. Os sumo-sacerdotes judeus, Anás e Caifás que nunca atuaram juntos, foram, no entanto, colocados lado a lado, mesmo se sabendo que isso nunca aconteceu, e os registros rabínicos comprovam sobejamente essa impossibilidade.

Os judeus nunca tiveram o costume de libertar criminosos na páscoa, ou qualquer outra festa. Por outro lado, o nome Barrabás não se refere a um homem e malfeitor, como alardearam os cristãos em suas invencionices, uma vez tratar-se da forma grega do aramaico bar Abba, que significa filho do Pai. Assim, Jesus Barrabás originalmente significava Jesus, o filho do Pai, em outras palavras o usual Jesus cristão. Quando a narração falava que os judeus queriam que Barrabás fosse solto, estavam a referir-se ao Jesus usual e alguém distorceu a estória afirmando que Jesus Barrabás era uma pessoa diferente de Jesus Cristo. Isto enganou os cristãos romanos e gregos, que não sabiam o significado do nome Barrabás.

Continuando nesse mesmo diapasão torna-se necessário levar ao conhecimento do leitor que o trajeto da via crucis, em Jerusalém, é relativamente novo, uma vez ter sido traçado pelos cavaleiros cruzados, no século XI, quando os cristãos ocuparam a Cidade. As cruzes utilizadas pelos romanos no martírio da crucificação tinham o formato das letras T e X, e os condenados, indistintamente, tinham os membros quebrados e permaneciam no local por vários dias. Cristo, não se sabe bem porque foi beneficiado, pois não teve nada fraturado, foi rapidamente apeado da cruz, e teve o corpo liberado para seus seguidores, um fato que transforma em idiota, a experiente administração romana. Se a preocupação de Roma era castigar com a morte os Cristos e falsos messias surgidos, essa colher de chá dada a Jesus é inexplicável.

Nos documentos essênios, datados de mais de cem anos do pretenso nascimento do Jesus cristão, encontrados em Qumrã, em 1947, já constava uma cópia, do Sermão da Montanha, o decantado discurso proferido pelo messias judaico, e introduzido nos Evangelhos da mitologia cristã. Os apotegmas insistentemente atribuídos a Jesus, como o célebre "Não faças a outrem o que não queres que te façam" e todos os demais (sem nenhum exagero) foram garimpados através dos velhos padres da Igreja primitiva e seus colaboradores, da produção de filósofos gregos, persas, indianos, chineses e outros avatares na antiguidade, datando vários séculos ou milênios, e comprovadamente anteriores a criação, do mito judaico.

Outrossim, torna-se necessário lembrar que muitos deles estão também contidos nos livros do Antigo Testamento, ipsi littere. Por tudo isso acima informado, o Cristo, através da boca ou da pena de seus inventores, tal qual um papagaio amestrado repetia, nada criava ou falava de original, apenas plagiava.

Ao bem da verdade, a saga dos Cristos libertadores é antiga, tendo sido registrada nos livros do Pentateuco Bíblico, em épocas remotas, senão vejamos. O primeiro rei ou messias, a ser ungido entre os judeus foi Saul, incumbido da libertação dos filisteus (I Sam. 10:1), enquanto, o segundo foi Davi (I Sam. 16:13), com o mesmo objetivo. Entretanto, como as guerras e invasões de seus territórios eram constantes, vez em quando os judeus eram deportados para algum reino distante, obedecendo à determinação de algum déspota esclarecido. A partir desse momento, padecendo sob o jugo de um conquistador intolerante e ansiando voltar à terra natal, veio-lhes a idéia do redentor, do messias, do libertador, que a rigor não carecia ser de origem hebraica.

Quando Ciro, rei da Pérsia libertou os judeus do Cativeiro da Babilônia, em 538 EAC foi (por essa razão) aclamado Messias ou Cristo, em um registro estranho contido em Isa. 45:1, confira. "Assim diz o Senhor a seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante de sua face; eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão". Em outra oportunidade, ou por ocasião da derrota de Dario II, ante o exército de Alexandre, em 332 EAC, os judeus ficaram livres dos tributos que pagavam ao Império Persa. Por esse motivo, e por ter poupado Jerusalém, no seu avanço sobre algumas cidades que lhe opunham resistência, também o conquistador grego foi aclamado messias e rei de Judá. Zac. 9:9 - "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta".

A menção de jumentos, inicialmente justificando o envolvimento de Alexandre com o povo judeu, acima citado, posteriormente foi transformada em profecia, na medida em que o Imperador Grego era substituído por Jesus, um fato contido no Evangelho de Mateus. 21:2-5, respectivamente. Essa decantada profecia, também já havia sido usada em: I Reis 1:38, quando da unção de Salomão que usurpara o direito de Adonias, o primogênito de Davi. Na oportunidade, torna-se de bom alvitre levar à avaliação do leitor, que o asno nesse episódio foi substituído por uma mula, enquanto a profecia chancela a fraude. Seria risível não fosse trágico, mas as profecias criadas no atendimento de interesses escusos legalizavam o crime, legitimavam tratantadas. Só isso!

Por conta dessa série de desencontros, da propagação de relatos absurdos e da exploração de mentiras, sem o mínimo respeito ou compromisso com a história ocorrida, vez em quando os absurdos vêm à tona, imediatamente justificados por peças do mesmo quilate, aonde o soneto sai pior que a emenda, e não fosse os dois bilhões de adeptos a realidade já seria outra. O escritor e pesquisador italiano Luigi Cascioli, na obra A Fábula de Cristo levanta a possibilidade de Jesus não ter existido conforme a Igreja pretende; simplesmente ter sido construído na personalidade de João de Gamala, um judeu do século I que lutou contra o exército romano.

Nesse mesmo diapasão, de acordo com estudos e conclusões de La Sagesse: Jesus foi uma Entidade criada para fazer cumprir as escrituras, um ente concebido para oxigenar o judaísmo que morria, em face da diáspora, fazendo surgir uma nova crença (na qual os próprios judeus nem crêem), através daqueles que sempre aproveitaram as religiões como fonte de lucro e de poder. Essa a única verdade, em um universo de mentiras!




NOTA: Esse ensaio faz parte da obra “ANATOMIA DE UMA FARSA” (com 592 páginas), ou o Volume III da trilogia “JESUS E O CRISTIANISMO”, a venda pelo email: josepereiragondim@hotmail.com

2 comentários:

  1. Que a PAZ de CRISTO JESUS esteja com você José Pereira.
    José!Eu não vou discutir a sua postagem porque isto se tornaria apenas mais um debate religioso,e religião é inútil.
    A sabedoria de Deus é loucura para os sábios do mundo,você é um homem culto para os homens, mais ignorante se tratando das coisas de DEUS.
    José!Você nunca irá entender a verdade do evangelho com sabedoria de letra,pois a letra mata,não existe estudar CRISTO e não JESUS,pois JESUS é só um nome como o meu ou o seu.
    CRISTO JESUS ti da a liberdade de acreditar de na versão do evangelho que você quiser,eu só espero que você use a sua extrema habilidade de conhecimento para um proposito melhor.
    Uma favor ti peço:Esvazie sua mente por algum tempo,e desafie Cristo Jesus provar a você a sua existência com a promessa de servi-lo caso ele assim faça.
    O PAI o Filho e o Espirito são de discernimento espiritual,você não irá acha-los em enciclopédias.
    Mais com tudo,não devemos desprezar a sabedoria de DEUS por conta das falhas de nos homens.
    Vou rogar ao Senhor a seu favor.Obrigado pelo seu tempo e que DEUS em Cristo Jesus abençoe a sua vida com a verdade.

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  2. Parafraseando o Felipe de outro post, escrever para religiosos é um "porre", porque, além de não entenderem do assunto em questão, ainda vem com ameaças de que Deus poderá castigar e coisas deste tipo. Não desanime com comentários como o do Cleison, perdoe, "ele não sabe o que diz". Jesus Cristo é um mito, não há dúvidas, entender o contrário é uma alucinação neurótica religiosa fundamentalista (entenda-se fé.
    Abraços!

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